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Publicado na Segunda, 29 de junho de 2020, 11h55
Mercado imobiliário se surpreende com resultados positivos na pandemia, e vendas já acontecem de forma 100% digital

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Apesar das expectativas de queda no desempenho do mercado imobiliário este ano, em razão da pandemia do novo coronavírus, o setor tem apresentado resultados positivos durante os meses de isolamento social. A taxa básica de juros (Selic) no patamar mais baixo da história (2,25% ao ano), somada a uma nova demanda por imóveis mais espaçosos criada pelo confinamento ajudaram a impulsionar as vendas, que já ocorrem de forma 100% digital. O mercado está otimista, mas há o receio de que a situação desande, se o desemprego continuar crescendo, e a economia não apresentar sinais de melhora nos próximos meses. Com isso, a tendência é que os preços permaneçam estáveis.

 

O levantamento Raio-X Fipe Zap, realizado com dados do primeiro trimestre deste ano, apontava para uma expectativa de queda nominal de 5,6% no preço dos imóveis ao longo dos próximos 12 meses, em contraponto à alta nominal de 0,9% esperada pelos agentes do mercado no último trimestre de 2019. “Essa mudança no perfil das expectativas pode ser atribuída, em boa medida, aos impactos e incertezas decorrentes do avanço da Covid-19”, dizia o relatório.

 

Porém, o que se observou nos meses seguintes foi um aumento nas vendas que surpreendeu o setor. O Índice FipeZap apresentou alta nominal de 0,23% do preço médio de venda em maio, superando as variações observadas em abril (0,20%) e em março (0,18%).

— Em março, no primeiro mês de pandemia, tivemos uma retração no fechamento de negócios. Mas depois houve um aumento nas vendas. Em maio, fizemos um pré-lançamento no Recreio, com pouca divulgação, praticamente só no boca a boca, e dos 72 apartamentos, vendi 40 e tenho várias reservas — comemorou André Moreira, presidente da Martinelli Imóveis.

 

A Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-RJ) identificou, no início da pandemia, o pior resultado da história do setor, com queda vertiginosa em todas as etapas, desde a procura por imóveis até a concretização da venda.

— De lá para cá, porém, temos observado melhora, principalmente na procura, que é uma etapa importante. E, diferentemente de outras crises, a indústria agora está preparada para uma retomada rápida. A dúvida é se a gente vai ter a confiança do consumidor ou uma situação econômica que possibilite essa retomada — avalia Claudio Hermolin, presidente da Ademi-RJ.

 

Para Moreira, apesar da instabilidade da situação econômica e de saúde pública no país, não aconteceram flutuações significativas nos preços dos imóveis. Segundo ele, não houve o desespero para vender, o que poderia puxar os valores para baixo, nem há espaço para que fiquem mais caros:

— Os preços haviam subido muito e, nos últimos cinco anos, se adequaram a um valor justo de mercado. A expectativa é que se mantenham.

 

Opções maiores e afastadas do Centro

 

Para Claudio Hermolin, da Ademi-RJ, a pandemia e a popularização do home office terão reflexos nos requisitos buscados pelos compradores na hora de adquirir um imóvel, como um espaço físico maior dentro de casa, iluminação natural e ventilação.

— Hoje, é admitido que o funcionário apareça com os filhos e o cachorro em uma teleconferência, mas depois que a situação se normalizar, provavelmente será exigido um espaço mais adequado para trabalhar em casa. Além disso, antes da pandemia, muitas vezes se optava por um apartamento pequeno que fosse perto de praças para as crianças brincarem, por exemplo. Agora talvez o espaço interno seja mais importante.

 

Aloisio Carlos, da RJZ Cyrela, acrescenta que o home office pode gerar também ao longo prazo uma descentralização do mercado imobiliário, já que permite ao funcionário trabalhar de qualquer lugar.

— A tendência é que com a tecnologia e o trabalho remoto as pessoas possam morar em locais mais distantes do centro, até mesmo por conta da melhoria no tráfego.

 

Como isso tudo pode mudar dependendo do emprego e da fase da vida, estão ganhando destaque também soluções de imóveis que podem ser redesenhados em módulos, adicionando e retirando cômodos.

— Uma saída é apostar na versatilidade. Otimizamos os espaços, integrando áreas que podem ser compartilhadas com dois usos diferentes — afirma Saulo Suassuna, fundador da Molegular.